Aniversariantes de Julho

Que tal uma dica de leitura dos nossos aniversariantes do mês?

Franz Kafka – O Processo

A história de Josef K. atravessa os anos sem perder nada do seu vigor. Ao contrário, a banalização da violência irracional no século XX acrescentou a ela o fascínio dos romances realistas. Na sua luta para descobrir por que o acusam, por quem é acusado e que lei ampara a acusação, K. defronta permanentemente com a impossibilidade de escolher um caminho que lhe pareça sensato ou lógico, pois o processo de que é vítima segue leis próprias: as leis do arbítrio.


Malala Yousafzai – Eu sou Malala

Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.


Mário Quintana – Antologia Poética

Publicada originalmente em 1981, Antologia poética apresenta uma seleção do próprio Mario Quintana, que optou por uma divisão temática de seus poemas. Estão presentes os motivos mais emblemáticos do poeta: o humor, o despojamento, o devaneio, o sobrenatural, a infância, o cotidiano. O conjunto forma um curso prático não só da poesia de Quintana, mas da poesia moderna como um todo, naquilo que ela tem de mais característico: o lirismo intimista e o verso livre. Com prefácio de Eucanaã Ferraz, que discute em profundidade não só a coletânea, mas também faz um balanço preciso da obra de Quintana, esta é uma ótima porta de entrada para os leitores que querem ter contato com este poeta essencial.


Mia Couto – Fios das missangas

“A missanga, todos a veem. Ninguém nota o fio que, em colar vistoso, vai compondo as missangas. Também assim é a voz do poeta: um fio de silêncio costurando o tempo.” “A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas. São sempre tantas as missangas.” É assim que o donjuanesco personagem do conto “O fio e as missangas” define a sua existência. Fazendo jus a essa delicada metáfora, cada uma das 29 histórias aqui agrupadas alia sua carga poética singular à forma abrangente do livro como um todo – vale dizer, ao colar em questão. 

A brevidade das pequenas tramas e sua aparente desimportância épica estão focadas na contemplação de situações, de personagens, ou simples estados de espírito plenos de significados implícitos, procedimento típico da poesia.

Boas Leituras!



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