Mãos do Trabalho: o autor

Alex Nuñes, escultor por trás da exposição, “Mãos do trabalho”, utiliza dessa arte para deixar impresso, nas mãos, seus “rastros” e revelar o belo. Afinal, as mãos são nossas ferramentas diárias.

Mas por que a escolha das mãos? Em seu blog, ele explica que as mãos nos diferenciam dos demais animais do reino animal e com elas a humanidade construiu a civilização. E, com o trabalho, se evidenciam as marcas.

Não surpreende que as marcas, os traços, tão evidenciados, das mãos são um dos pontos mais citados e elogiados sobre seu trabalho. 

Alex esculpindo uma de suas obras.

Quando começou a estudar a sobre esse tipo de escultura, Alex lia sobre muitos artistas que não conseguiam realizar o processo de tirar as mãos de dentro da argila. Na verdade, foi sua dentista que o instigou questionando se sabia como ela mesma fazia para retirar o molde dos dentes de pacientes. 

Hoje, muitas das ferramentas que ele utiliza em seu trabalho são ferramentas utilizadas em consultórios odontológicos.

Também, durante o seu processo, Alex gosta de ouvir música. Clássica em sua maioria, porém, gosta de variar com uma viola. Dentre seus compositores preferidos estão: Mozart, Bethoven e Richard Wagner. Nessas músicas ele se encontra e se coloca em harmonia.

Ele acredita que a música clássica conversa com as pessoas e representa os diversos sentimentos e pensamentos que fazem parte da complexidade humana, e coloca isso em suas obras.

Mãos do Padre Germán, seu orientador, e algumas ferramentas utilizadas por Alex em suas obrias.

Para essa exposição ele escolheu mãos de um grupo de pessoas para homenagear que são muito especiais em sua vida, como as de seu orientador, Padre Germán. O Padre foi fundamental em seus estudos o orientando desde a faculdade. A amizade entre os dois continua e Alex afirma que ele ainda o ajuda a “esculpir seu caminho”.

Padre Germán, por sua vez, disse se sentir muito grato pela valorização e homenagem. “A arte é uma forma de se expressar. Expressar o que a pessoa está vivendo. Acho que o que ele [Alex] está expressando é a sua interioridade…”

Em meio a conversa, tanto ele quanto Alex lembram-se da resposta de Michelangelo, grande escultor italiano que, ao ser perguntado como havia esculpido Davi, disse: “Apenas tirei do mármore o que não era Davi.”

Ou seja, para ter o essencial, deve-se retirar o que está sobrando. 

Mãos em exposição na Livraria Vanguarda do Shopping Pelotas.

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